O “transtorno do déficit de natureza” não é um diagnóstico médico, mas um conceito cada vez mais presente na vida urbana. Criado pelo jornalista Richard Louv, ele descreve os impactos negativos do afastamento da natureza — especialmente em crianças, mas também em adultos. Entre os efeitos estão aumento da ansiedade, problemas de concentração, miopia, sedentarismo e isolamento social.
Como resposta, incorporadoras inovadoras têm projetado empreendimentos que colocam o verde no centro da vida urbana, com paisagismo interativo, trilhas, hortas comunitárias, áreas de lazer naturais e ambientes que estimulam o contato com árvores, céu aberto e vida ao ar livre.
Para corretores e imobiliárias, isso representa uma nova linha de produtos imobiliários com alta atratividade, valor percebido e apelo emocional — perfeita para famílias, aposentados, pessoas com estilo de vida saudável e até investidores que buscam imóveis com liquidez diferenciada.
O que isso significa para corretores e imobiliárias?
✔️ 1. Nicho em crescimento — com público cada vez mais consciente
A pandemia acelerou uma mudança de mentalidade: mais pessoas passaram a valorizar espaços abertos, natureza próxima e ambientes que proporcionam bem-estar físico e emocional. Corretores antenados com essa tendência:
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Captam imóveis com potencial natural;
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Desenvolvem discursos de venda com apelo à qualidade de vida;
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Atendem um público disposto a pagar mais por um estilo de vida saudável e sustentável.
✔️ 2. Valorização urbana e emocional
Além do valor financeiro, os empreendimentos integrados à natureza geram valorização emocional. Eles não vendem só um imóvel — vendem:
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Infância ao ar livre para os filhos;
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Rotina mais leve e saudável para os adultos;
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Sentido de comunidade e pertencimento.
Esse apelo encurta o ciclo de venda, pois conecta com o que realmente importa para o comprador.
✔️ 3. Alta fidelização de clientes
Quem compra um imóvel com esses atributos dificilmente volta ao modelo tradicional. Isso faz com que seu cliente recomende seu trabalho, retorne para novas aquisições e se torne seu promotor espontâneo.
Estratégias práticas para corretores e imobiliárias
✅ Crie uma curadoria de imóveis com “vida verde”
Organize seu portfólio com uma seção dedicada a:
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Casas ou apartamentos em condomínios com áreas verdes amplas;
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Empreendimentos com proposta de convivência natural;
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Imóveis com hortas, pomar, trilhas ou parques no entorno.
Você pode até criar um selo próprio, como: “Vida ao Ar Livre” ou “Natureza em Casa”.
✅ Mostre como o verde melhora a saúde e o cotidiano
Crie argumentos de venda com base em:
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Estudos que mostram os benefícios do contato com a natureza para a saúde mental;
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Dados sobre aumento de produtividade e qualidade do sono;
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Vantagens para crianças, como menor tempo em telas e melhor desenvolvimento motor e emocional.
Transforme essas informações em posts, carrosséis, vídeos curtos e eBooks para fortalecer sua autoridade.
✅ Use recursos sensoriais na apresentação dos imóveis
Ao mostrar um imóvel, estimule os sentidos:
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Destaque sons da natureza (silêncio, canto dos pássaros);
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Mostre a circulação de ar e luz natural;
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Incentive o cliente a caminhar descalço na grama ou a imaginar os filhos brincando ali.
Venda a experiência antes mesmo da aquisição.
✅ Posicione-se como especialista em estilo de vida
Vá além da metragem e do preço. Mostre que você entende:
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O impacto do ambiente na saúde das pessoas;
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O desejo crescente por uma vida mais equilibrada;
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A busca por refúgio dentro das cidades.
Seu papel passa a ser o de conectar pessoas com lugares que fazem sentido.
Conclusão: Vender Natureza é Vender Bem-Estar — e Isso Tem Valor
Empreendimentos que combatem o “transtorno do déficit de natureza” representam um novo padrão de desejo no mercado imobiliário. Corretores e imobiliárias que atuam com esse perfil de imóvel estão alinhados com os valores contemporâneos de saúde, sustentabilidade e qualidade de vida.
Além de entregar um produto com valor, você entrega sentido.
Fonte: Os empreendimentos que combatem o “transtorno do déficit de natureza” – VEJA