O mercado imobiliário no Brasil está passando por uma transformação silenciosa e estratégica: a ascensão dos clubes residenciais privados, uma tendência que une o conceito de moradia temporária com experiência de hotelaria de alto padrão. Inspirados em modelos internacionais como o Soho House, esses empreendimentos estão conquistando um público altamente qualificado — que busca mais do que um imóvel: busca pertencimento, estilo de vida e serviços exclusivos.
Diferente de um condomínio tradicional, e também distante do modelo Airbnb, o clube residencial privado é acessado por membros, não por hóspedes ou inquilinos comuns. O cliente não necessariamente compra uma unidade, mas sim o direito de utilizar um portfólio de propriedades com padrão de excelência, por meio de um modelo de assinatura ou cotas de uso.
Esse novo produto imobiliário está em franca expansão — e os profissionais do setor que entenderem como ele funciona estarão na dianteira de um nicho premium, com grande potencial de rentabilidade.
O que isso significa para corretores e imobiliárias?
✔️ 1. Surge um novo modelo de produto com alta liquidez
Como o foco é na experiência, e não na posse, os clubes residenciais privados permitem aos clientes:
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Usufruírem de casas e apartamentos em destinos sofisticados sem a responsabilidade da propriedade tradicional;
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Experimentarem o conceito de “viver como um local” com serviço de hotel 5 estrelas;
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Terem flexibilidade de uso em diversas regiões, mantendo exclusividade.
Para corretores, isso significa a chance de atuar não só na venda, mas também na adesão de membros, no relacionamento com o cliente e na curadoria de propriedades que podem ser integradas ao modelo.
✔️ 2. Alta atratividade para um público sofisticado e globalizado
Executivos, nômades digitais, artistas, empreendedores de alta renda e famílias que valorizam conforto e flexibilidade estão entre os principais perfis interessados. Esse público:
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Valoriza design, curadoria e serviços personalizados;
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Está disposto a pagar mais pela experiência;
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Costuma se tornar cliente recorrente, seja para upgrades, novos destinos ou até compra de imóveis com padrão similar.
Ou seja, é uma clientela qualificada e fidelizável, ideal para profissionais que querem sair do ciclo de vendas pontuais e construir relacionamentos de longo prazo.
✔️ 3. Potencial de parcerias com construtoras, gestoras e startups do setor
Imobiliárias e corretores podem atuar como:
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Captadores de propriedades para clubes privados que operam sob o modelo “residência distribuída” (várias casas sob gestão única);
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Consultores de expansão para marcas que estão implantando esse tipo de clube no Brasil;
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Representantes comerciais de vendas de cotas ou assinaturas — em vez de uma unidade, você vende o acesso a várias.
Esse novo arranjo exige habilidade de negociação e visão estratégica, mas gera comissões expressivas e volume recorrente.
Estratégias práticas para corretores e imobiliárias
✅ Estude os modelos de negócio emergentes
Entenda bem como funcionam clubes como:
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Soho House (modelo tradicional de clube de membros);
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Selina e Habitas (comunidades híbridas de hotel e co-living);
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The Collection e Inspirato (portfólios residenciais em múltiplos destinos);
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Startups brasileiras de multipropriedade, clube de residências e timeshare de luxo.
Quanto mais domínio você tiver desses modelos, mais preparado estará para apresentar esse produto ao cliente certo.
✅ Identifique imóveis com perfil para se tornarem parte do portfólio de clubes
Analise:
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Localizações premium (praia, serra, destinos turísticos e urbanos sofisticados);
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Design autoral, arquitetura diferenciada, mobiliário de alto padrão;
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Potencial de operação com serviços (limpeza, concierge, gastronomia, experiências).
Imóveis assim podem ser oferecidos como ativos para integração a clubes, o que gera receitas contínuas para o proprietário — e comissões para quem intermediou a negociação.
✅ Crie um segmento de “hospedagem com curadoria” no seu portfólio
Se você já atua com imóveis de alto padrão para temporada, reposicione parte da sua carteira como:
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Residências exclusivas com serviço;
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Casas para “membros seletos”;
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Imóveis integrados a experiências (ex: chef, personal trainer, arte, eventos).
Isso permite valorizar os ativos e atrair um público diferenciado com maior poder de investimento e menor sensibilidade a preço.
Conclusão: Não é só imóvel — é experiência, comunidade e pertencimento
Os clubes residenciais privados não são apenas mais uma novidade no mercado: eles representam uma mudança de mentalidade. Saímos da posse para o acesso. Do imóvel fixo para o estilo de vida flexível. Do foco na metragem para o foco no valor emocional da vivência.
Corretores e imobiliárias que dominam essa linguagem e se especializam nesse nicho estarão à frente da transformação do setor, atendendo uma nova geração de clientes que busca liberdade, sofisticação e conveniência.
Fonte: O produto que virou uma das grandes apostas do mercado imobiliário no país – VEJA