O coliving é mais do que uma tendência imobiliária – é um reflexo direto das transformações sociais, econômicas e urbanas dos últimos anos. Com raízes no conceito de moradia colaborativa, o coliving propõe uma nova forma de viver em grandes centros: menos espaço individual, mais infraestrutura compartilhada, mais experiência e menos burocracia.
Para o mercado imobiliário, trata-se de uma oportunidade de inovação e rentabilidade, capaz de atender às necessidades de um público urbano, jovem e em constante mobilidade, enquanto requalifica áreas ociosas com soluções acessíveis, sustentáveis e com apelo de comunidade.
O Que É Coliving, Na Prática?
O coliving é um modelo de habitação compartilhada, onde os moradores vivem em unidades privativas (como suítes ou estúdios) e dividem áreas comuns como:
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Cozinha,
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Lavanderia,
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Espaços de coworking,
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Salas de estar e lazer,
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Áreas externas, rooftops ou hortas urbanas.
O conceito se aproxima de repúblicas modernas, mas com infraestrutura profissionalizada e serviços embutidos, como limpeza, internet, mobiliário e suporte técnico.
Quais os Benefícios Para o Morador?
1. Economia e Previsibilidade
O aluguel geralmente inclui contas de água, luz, internet, manutenção e limpeza. Isso facilita o planejamento financeiro e reduz custos operacionais para o inquilino.
2. Contratos Flexíveis
Os colivings operam com contratos mensais ou trimestrais, sem a rigidez dos aluguéis tradicionais, o que atrai nômades digitais e pessoas em transição.
3. Estilo de Vida e Comunidade
Muitos colivings organizam eventos, workshops e atividades para promover o engajamento entre os moradores, criando uma experiência de moradia mais rica do que a simples convivência.
4. Localização Estratégica
Geralmente, os colivings estão em regiões centrais, bem conectadas, próximas a centros empresariais, universidades e polos culturais.
Quem É o Público-Alvo do Coliving?
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Jovens profissionais (25-35 anos) que valorizam a mobilidade e o networking;
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Estudantes universitários ou intercambistas;
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Nômades digitais;
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Executivos temporários;
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Pessoas que recém se mudaram para a cidade e buscam adaptação mais rápida.
O modelo também começa a atrair públicos maduros ou pessoas que passaram por divórcios e buscam recomeços em ambientes menos solitários.
Coliving no Brasil e no Mundo
🌎 No exterior:
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O conceito é consolidado em cidades como Nova York, Berlim, Londres e Barcelona, onde a moradia compacta e o custo elevado criaram demanda por soluções compartilhadas.
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Empresas como The Collective (UK) e Common (EUA) são referências globais nesse modelo.
🇧🇷 No Brasil:
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Cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis têm visto o crescimento acelerado desse segmento.
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Empresas como Yuca, Housi, Uliving e Vitacon lideram a adaptação do modelo ao contexto brasileiro.
Por Que Investir em Coliving?
1. Rentabilidade Superior
O coliving pode gerar retornos maiores por metro quadrado do que a locação tradicional, já que os espaços são otimizados e comercializados por unidade + serviços.
2. Alta Rotatividade com Baixa Vacância
O formato de aluguel por curto/médio prazo com serviços incluídos garante alta ocupação, ideal em regiões com trânsito frequente de estudantes e jovens profissionais.
3. Uso Inteligente de Imóveis
Imóveis antigos, grandes ou desvalorizados em regiões centrais podem ser adaptados para colivings com baixo custo de retrofit e alto potencial de valorização.
4. Alinhamento com ESG
O coliving atende a princípios ambientais (uso racional de recursos), sociais (comunidade e inclusão) e de governança (modelo transparente de gestão), tornando-se atrativo para investidores ESG.
Como Corretores e Imobiliárias Podem Atuar
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Identificar imóveis com potencial de conversão (casarões antigos, galpões, prédios desocupados);
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Oferecer colivings como alternativa de moradia inteligente para clientes em transição;
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Negociar com operadoras de coliving para formar parcerias comerciais;
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Ampliar a base de captação em áreas próximas a universidades, centros empresariais e hubs criativos.
Desafios e Cuidados
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Atentar-se à legislação de zoneamento e uso do solo para evitar entraves legais;
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Elaborar contratos que equilibrem flexibilidade e segurança jurídica;
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Implementar boa gestão para evitar conflitos entre moradores;
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Garantir manutenção constante e curadoria da experiência, que é um dos grandes diferenciais do coliving.
Conclusão
O coliving não é apenas uma solução habitacional: é um modelo de vida urbana contemporânea. Ele promove eficiência, socialização, sustentabilidade e liberdade — tudo o que a nova geração de moradores urbanos procura. Para o setor imobiliário, representa um produto inovador, escalável e alinhado às novas tendências globais.
Incorporadoras, corretores, investidores e administradoras que compreenderem essa dinâmica sairão na frente, oferecendo experiências de moradia, e não apenas imóveis.
Referências:
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EXAME. O que é coliving? Tudo que você precisa saber. Disponível em: https://exame.com/mercado-imobiliario/o-que-e-coliving-tudo-que-voce-precisa-saber/
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Quinto Andar. Guia de moradia colaborativa. Disponível em: https://www.quintoandar.com.br
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Vitacon. Modelos de coliving e economia colaborativa. Disponível em: https://vitacon.com.br
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The Collective e Common – operadores internacionais de coliving.